sexta-feira, 25 de setembro de 2009

achados.

Com todo seu descontrole, não pensou duas vezes para pegar o telefone e ligar para a pessoa que, no momento, odiava. Tentou não chorar, nem ferir seu próprio orgulho, mas foi em vão, Perdida vomitou logo as primeiras palavras, tentando ser o máximo de simpática, logo lhe veio uma resposta seca, poucas palavras e direta. Odiava mais ainda.

Descontrolou-se, lágrimas corridas e tapas em sua própria fase a recriminavam pela falta de ‘amor-próprio’, que a fazia se submeter ao ponto de implorar algo que já não lhe era cabido.

Suspirava e transpirava, corria em seu sangue todos os sentimentos que lhe podiam caber. Ao sentir pena por si mesma, fuma um e deita em sua cama, querendo apagar a merda que fez. Dormiu rápido. Em seus sonhos sentia conforto, ilustrando uma vida que seria perfeita como as de histórias em quadrinhos.

Mas os dias passavam rápido, mesmo assim não se sentia livre, estava presa pela dor do fracasso, esperança. A cada passo que dava, a face do amado odiado aparecia em sua frente, tentando lhe mostrar o quanto Perdida foi insuficiente pra ele, exibia uma felicidade que por dentro a matava, sentindo desnecessária, descarte, uma aventura mal sucedida do cara que ela se entregou.

Andou depressa, com um sorriso de ódio em seus lábios, para disfarçar o quanto ele lhe fez sofrer. Tentava esquecer, fumava um. Dizia a si que não possuía quaisquer sentimentos.

Já tinha superado, ou quase, até surgirem voadoras. Volta a preocupação: voadoras eram perigosas, burras, mas gostosas. E será que ele sabia disso? Para ela não, resolveu fiscalizar e assim volta a sentir o que não queria, o que pouco tempo havia descoberto: a dor da perda. Esmagou seu peito, se viu defeitos... Estava a um passo de cometer loucuras para acabar com aquelas voadoras.

Surgiam oportunidades, casos e acasos. Apagou de si tudo o que aprendeu. Olhou o passado e pesou na balança o que lhe foi bom e o que lhe foi ruim. Perdida percebeu que continuava sem rumo, e que seu descontrole não foi controlado. Quis respirar fundo, mas os pulmões já não lhe ajudavam tanto.

Correu para um precipício, e olhando pra cima perguntou-se por que era tão injustiçada e alvo das decisões não decididas, das expectativas frustradas. Respirou fundo e descontrolou-se, caiu. Ao chegar ao chão espatifou-se toda, viu que lá possuía tudo o que quisera esquecer, entregou-se ao precipício, e tentou modificar o que aprendeu.

Esqueceu de todos, mudou de rumo, viu que errou o caminho ao não saber aonde ia, Perdida se perdeu, viu que a vida fora de seu casulo lhe dava mais oportunidades de conhecer a verdadeira vida que ela estava pronta a ter. Quando percebeu que não mais queria o ‘tão’ amado odiado, conseguiu encher seus pulmões e crescer alguns centímetros. Tinha conquistado muito pra deixar de lado em pouca experiência mal compartilhada com quem não a via como a mulher que realmente era.

Arrumou as malas e rumou para aonde o vento lhe guiava, teve que subir muito, e continua, pra chegar aonde almejou. Perdida, encontrou-se nos descontroles aprendendo a desprender-se e descontrolar seus passos.

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